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  • Cresce Preocupação Em Relação A Saúde De Crianças E Adolescentes Obesas


  • Estudo mostra que 16% dos estudantes do ensino fundamental estavam com excesso de peso e 8% eram obesos.

Nos últimos anos, o Brasil tem enfrentado uma epidemia de obesidade que tem afetado não apenas adultos, mas também crianças e adolescentes. De acordo com o Ministério da Saúde, em 2019, mais da metade dos brasileiros adultos estavam com sobrepeso e cerca de 20% eram considerados obesos. Entre as crianças, a situação não é menos preocupante: segundo dados da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PENSE), realizada em 2019, 16% dos estudantes do ensino fundamental estavam com excesso de peso e 8% eram obesos.

A obesidade é uma condição médica caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo. Ela pode ser causada por diversos fatores, como sedentarismo, alimentação pouco saudável, predisposição genética, uso de certos medicamentos e doenças como hipotireoidismo e diabetes. Mas, independentemente da causa, a obesidade é um grave problema de saúde pública, pois aumenta o risco de diversas doenças, como diabetes, doenças cardiovasculares, hipertensão, apneia do sono, alguns tipos de câncer e até mesmo depressão.

No Brasil, os dados mostram que as doenças relacionadas à obesidade já são uma realidade que preocupa. Segundo o Ministério da Saúde, em 2020, foram registradas mais de 107 mil internações por diabetes tipo 2 no SUS, um aumento de 34% em relação a 2010. Já as internações por doenças do aparelho circulatório (como infarto, acidente vascular cerebral e insuficiência cardíaca) chegaram a quase 1,4 milhão em 2018.



Além dos impactos na saúde dos indivíduos, a obesidade também traz consequências para a economia e o sistema de saúde como um todo. Estudos mostram que os custos diretos e indiretos relacionados à obesidade no Brasil podem chegar a bilhões de reais por ano, incluindo gastos com tratamentos, perda de produtividade e aposentadoria precoce.

Para tentar enfrentar esse problema, o Ministério da Saúde tem desenvolvido diversas políticas públicas, como o Programa Academia da Saúde, que busca incentivar a prática de atividades físicas, e o Guia Alimentar para a População Brasileira, que orienta sobre hábitos alimentares saudáveis. Além disso, algumas iniciativas de empresas e organizações da sociedade civil também têm buscado conscientizar a população sobre a importância de uma alimentação balanceada e de hábitos de vida saudáveis.

No entanto, ainda há muito a ser feito. A obesidade é uma questão complexa, que envolve não apenas escolhas individuais, mas também fatores socioeconômicos e ambientais. É necessário, portanto, que haja uma abordagem integrada para lidar com o problema, envolvendo governo, empresas, profissionais de saúde, escolas e a sociedade como um todo.

É preciso investir em políticas públicas que promovam o acesso a alimentos saudáveis e a espaços seguros e adequados para a prática de atividades físicas. É fundamental também que haja um maior envolvimento dos profissionais de saúde no diagnóstico, tratamento e prevenção da obesidade, incluindo o acompanhamento nutricional e o incentivo à prática regular de atividades físicas. E, acima de tudo, é essencial que a população seja conscientizada sobre a importância de hábitos de vida saudáveis, uma vez que só assim será possível enfrentar esse grave problema de saúde pública que afeta milhões de brasileiros.